Na passada terça-feira, ainda o galo não tinha feito uma audição para o The Voice, já Marta Temido apresentava a sua demissão a António Costa. Em plena madrugada, o jovem Costa viu-se obrigado, entre bocejos, a interromper a sua reunião com o Ministro dos Assuntos Oníricos (MAO), para aceitar o pedido de Marta. Temo que quando regressou à reunião, Costa deparou-se não com MAO, mas com o seu assessor: o Representante das Insónias Autónomas (RIA). E até faz sentido, pois o cenário no país está MAO e não há quem RIA quando o tema é a Ministra da Saúde. Mas sem receios, caro leitor. Asseguro-o de que veio ao sítio certo para tratar esse défice de gargalhadas.
Depois de resistir a uma pandemia e - com maior dificuldade - ao comentário de Cristina Ferreira sobre os seus ‘dentinhos’, Marta Temido abandona o cargo político na sequência do caos instalado nos serviços de obstetrícia do SNS. Revelou pouca resiliência, a ministra. Testou, no entanto, a resiliência do asfalto. Marta esbardalhou-se toda na rua enquanto se dirigia ao Ministério da Saúde, tendo batido com a cara no chão. Mas não se preocupem, sei de fonte de segura que não houve ferimentos. O chão está bem e não apresenta danos estruturais.
Um polícia foi rapidamente em seu auxílio, não compreendendo, porém, a astúcia de Marta: o choque com o pavimento foi intencional. Tratava-se, na realidade, de uma tentativa de saltar as listas de espera do SNS, com o objetivo de efetuar um alinhamento dentário radical. A famosa terapia de choque, portanto. A queda da ministra, literal e figurativamente falando, é didática e ilustra com clareza que, quando não vamos ao encontro das expectativas, vamos de encontro ao solo. Já Newton avisava que tudo o que ascende acaba por descer.
As redes sociais ficaram, naturalmente e como de costume, incendiadas por todos estes acontecimentos. Uns acham que Marta se devia ter demitido à nascença, outros agradecem entusiasticamente o serviço da mesma. Neste último lado da trincheira de opiniões, encontramos Pedro Abrunhosa a brandir o seu agradecimento em riste. Mas a malta não topa a profundidade desta empatia por parte de Pedro com a ex-ministra. O que o pessoal se esquece é que também Pedro deu um tralho, há 12 anos, em direto numa gala do Ídolos. O seu agradecimento acaba por ser uma espécie de sinergia entre protagonistas de trambolhões sob o olhar vigilante da opinião pública. Ora, sabendo isto, aguardo com anseio os agradecimentos por parte de Salazar, de Jennifer Lawrence e da Viúva Negra.
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