Fornecendo um pouco de contexto, a situação em que a ideia deste texto surge no meu cérebro foi a seguinte; após jantar um belo salmão grelhado e umas batatinhas cozidas daquelas mesmo no ponto de se desfazerem e envolverem numa poça de azeite, dei por mim a 'scrollar' pelas redes até encontrar uma autoproclamada influenciadora (lolada, não é?) que ousava dizer que, em apenas uma manhã, fez cardio e comprou abacates, tudo enquanto o seu carro estava a carregar (deduzi aqui a natureza elétrica do animal mecânico). O que se segue acaba por ser uma reação impulsiva que me permitiu coçar a comichão da escrita.
São 21h12 da noite e já despertei do mundo onírico, quebrei o jejum com um pequeno almoço mais ou menos nutritivo e fiz questão de fingir que estes são grandes feitos, únicos e extremamente pessoais, como se mais ninguém os conseguisse alcançar numa base constante.
Tudo isto enquanto inspirava e expelia ar consecutivamente por via pulmonar, qual pseudo-atleta da vida. É tudo uma questão de prioridades e há tempo para tudo. Até mesmo para partilhar acontecimentos mundanos e pintá-los de tarefas herculeanas difíceis de executar.
Como assim desci as escadas porque o elevador estava avariado? E levei uma mochila com a alça assente em apenas um ombro? Mas que Aquiles que me saí! Pena não ter conseguido ir ao ginásio, lixei o tendão
PS. Há tanto tempo, que até sobra para gozar com ruídos visuais alheios!
