Hoje é dia dos namorados. Como tal, decidi fazer umas recomendações rapidinhas (eheh) de filmes para esta época supostamente linda, de acordo com a minha vizinha. Denoto também que a leitura deste texto fará mais sentido se não te importares com spoilers e se ontem não tiveres abandonado a tua (ou o teu) compincha para poupares 5 euros, que gastarias num peluche em segunda mão do chinês para a tua (ou o teu) compincha te dizer que ‘ah, não era preciso, tu és a minha prenda…’. Estão então reunidas as condições para começar a festa.
- La La Land é bom de se ver com a cara metade porque, para além de jogar com a dicotomia crescimento pessoal/ sucesso amoroso, promete também um longo diálogo após os créditos rolarem que pode colocar em causa a tua relação (e é isto que ser quer, não é verdade?). O final do filme é magnífico e, dependendo como te safares com as dúvidas colocadas pelo compincha, ainda ficas com a cara feita em metade (e sem a cara metade, obviamente).
- A Star is Born é excelente, tem uma cinematografia muito agradável à vista e rapidamente reparas nisso se não te distraíres com o cabelo de macho man do Texas que o Bradley Cooper tem. Neste filme, o tropa principal suicida-se, o que acaba por ser bom se fores um camarada hétero. Eu explico: se jogares bem este jogo, lá para o fim, existe a possibilidade de garantires privilégios de acasalamento, de acordo com a propriedade transitiva da pena. Aplicando a propriedade, será algo assim: Tropa principal vai com os pitos --» compincha sente empatia pelo tropa --» tu puxas essa empatia para ti --» quando dás por ti, outra coisa está a ser puxada. De nada.
- Marriage Story é capaz de ser o melhor filme para se ver dia 14 de Fevereiro, pois cria falsas expectativas no título (é a história de um divórcio e não de um casamento). Possui boas performances, mas destaco a cena em que o casal se zanga a sério, revelando emoções potentes e ferozes (e uma parede frágil, dado que o Adam Driver fez um buraco na estrutura com a facilidade de quem destrói um castelo na areia com urina). Visto que o filme tem imensa tensão emocional, sentimentos complicados de compreender e a sensação geral de que as relações são difíceis para xuxu, é inegável que é a película ideal para esta altura do Cupido. Até dá para plantares ideias subliminares na mente do teu compincha, podendo deixar ali cair que a culpa da tua relação estar podre nem é assim tãoooo tua (com jeitinho resulta, confia).
- 50 Shades of Grey, ou qualquer uma das sequelas nesta trilogia da treta, é merecedora de inclusão nesta lista. E digo isto não ironicamente, dado que esta trilogia aborda temas lúdicos, como trauma, objetificação da mulher e abuso de uma mesa de bilhar. Nada garante um bom serão como os clássicos gemidos falsos e tacadas em vão. Além disso, se for para apimentar a relação e não tiveres pimenta à mão, qualquer um destes filmes faz questão de vincar que, sem dor, não há prazer. Por isso, luz verde para te transformares num comum jovem português (tens 67% de hipóteses de acreditar que violência no namoro é aceitável e, se uma tacada com pimenta não for violência, anda lá a roçar perto).
E aqui tens, a lista definitiva de filmes que vai garantir diversão ou libertação, dependendo do quão forte for a tua prisão (queria dizer ‘relação’, peço perdão). Já agora, se achaste esta crónica razoável ou minimamente comestível, partilha com aquele amigo que não sabe que filme ver. Descobre mais do meu trabalho escrito aqui